⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Filme: A Colina Escarlate

Eu fui aquela pessoa que esperou muito e até contou os dias para o lançamento de A Colina Escarlate; e quando finalmente foi lançado, não tive a oportunidade de assistir de imediato. Então, agora, depois de finalmente ter assistido, espero muito poder com essa resenha expor minhas impressões.
A primeira coisa que me vinha à mente com a palavra escarlate era sangue. Nesse ponto quase acertei nas suposições, o filme realmente tem cenas sangrentas, mas o que mais me chamou a atenção foi o paralelo que foi feito entre o sangue e uma outra substancia: argila vermelha.
No filme, um dos protagonistas, Thomas Sharpe comanda a mineração de uma mina de argila vermelha. O local é sob o solo de uma colina onde a neve é constante em dias de inverno. Daí o nome Colina Escarlate: a argila em abundância emerge do solo e tinge toda a neve de vermelho.
O mesmo acontece com o casarão de Thomas e sua irmã: as paredes e o solo jorram argila escarlate por toda a parte. E o fato de ser velho, antigo e assombroso contribui bastante para que a argila se pareça com sangue. Nas cenas sangrentas, é difícil identificar o que é sangue e o que é argila, então elas acabam se tornando mais impactantes por conta da ambientação.
A trama é interessante, mas nada muito fora do comum. É sobre Edith, escritora e filha única, a quem toda a fortuna de seu pai caberia quando viesse a falecer. Em se tratando de dinheiro, as pessoas fazem coisas absurdas. A história se desenvolve a partir daí. É o motivo pelo qual achei algumas partes comuns. Muitas tramas se desenvolvem a partir da ganância, essa temática já se tornou meio previsível. Mas para compensar, as aparições fantasmagóricas acabam tornando o filme mais interessante.

Enfim, não é exatamente um terror que causa susto, mas que te deixa maravilhado com a atmosfera sombria e misteriosa, com a estética. 

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Linda de Morrer

É certo que não é por acaso que o cinema estrangeiro esta acima do nacional, as animações irreverentes sempre nos mostram o incrível arranjo dos diretores de tais filmes, e pode-se dizer que é inegável: em algumas categorias os EUA sempre superarão os filmes brasileiros, digamos que por terem mais “‘condições técnicas” para isso. A adoração ao cinema americano é tão evidente que chega a causar pena ver certos clichês estrangeiros alcançando maior popularidade que o maravilhoso humor brasileiro. Como em uma produção popular qualquer em que o protagonista “hilariante” diz algo muito obvio e é satirizado com um “ah, não me diga!”, ou talvez outro em que as bizarrices da personagem se tornam o motivo do humor e você se flagra dizendo “é engraçado porque é idiota!”. Ou ainda pior, quando a apelação das obscenidades se tornam a única chamada para a animação se tornar “engraçada”. Estes são os famosos clichês do humor estrangeiro – salvo as generalizações, mas este continua sendo o problema da maioria.

Mas o humor puro e despretensioso não é tão inalcançável, está mais próximo do que imagina. Às vezes improviso, às vezes planejado, mas o fato é que, de qualquer forma o humor brasileiro é inovador e original; e não faltam ferramentas para provocar aos telespectadores aquela grande gargalhada. Foram exatamente esses os efeitos sentidos por algumas colegas de classe e eu na tarde de hoje, quando estreei o novo cinema da cidade com esse fantástico filme brasileiro: Linda de Morrer.

À primeira vista, o cartaz prometeu risos eternos com Glória Pires – quem é que não se lembra da fama de Se Eu fosse Você em 2006? – e depois de assistido, eu digo que sim, toda a especulação, a sinopse, o trailer e a escolha dos atores foi satisfatório, não só para mim, e superou expectativas.

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Acima, a cena supostamente triste da protagonista Paula chorando sua própria morte! E quais os motivos?

A cirurgiã plástica acaba de receber a amostra do seu novo produto, o Milagra, que promete acabar com as celulites e por isso vira alvo de mulheres extremamente desesperadas para ter em mãos a inovação “mágica”. O caminho para o clímax se inicia quando, testando sua nova fonte de renda, Paula, convencida até então de que os comprimidos milagrosos não produziam efeitos colaterais, falece em plena festa de lançamento do produto sem deixar indícios de que a causa da morte seria o estranho mal-estar causado pelos efeitos do Milagra. Neste ponto, a protagonista fantasma descobre que tem pendências na terra – no caso, evitar que mais mulheres morram com o uso dos comprimidos – e que não pode partir para o plano espiritual sem antes evitar outras fatalidades. Paula então é orientada por uma médium (Susana Vieira) – também morta, uma das únicas personagens que podem a ver – a procurar ajuda com seu neto Daniel (Emílio Dantas) e psicólogo, o qual teria herdado seu dom de ver espíritos, para alertar a filha de Paula (Antônia Morais), então herdeira da empresa da mãe sobre os malefícios do produto. E aqui começa o humor! 

Paula insiste em perseguir Daniel para conseguir sua ajuda, e o humor se manifesta nos sustos do psicólogo ao constatar que também pode ver e ouvir espíritos como sua avó, além do ponto de vista humorístico da protagonista a respeito de sua condição de morta-viva.

Obviamente não vou contar o desfecho, porque isso seria um spoiler bruto! Mas talvez você goste de saber que a partir daí, mais personagens com incrível senso de humor surgirão e a perseguição de Paula definitivamente não será o único momento engraçado da longa-metragem. E porque me diverti tanto assistindo, eu super-indico o Linda de Morrer para sua lista de desejos! Abaixo seguem algumas fotos e o trailer oficial do filme:

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