⠀⠀⠀ Sobre Poe – Histórias Extraordinárias…

Ok, esta é uma postagem atrasada. Ontem, 19/01, foi o aniversário de Poe. Ou seria, se ele ainda estivesse… Bom, são 207 anos desde que Edgar veio ao mundo; cresceu e se aperfeiçoou para nos deixar um legado gigantesco nos gêneros literários mistério e terror. Eu sou leiga demais para entrar em detalhes sobre seu “estilo de escrita” e também sou leitora recente das suas obrar para fazer uma grande homenagem, relembrar de forma grandiosa, mas aqui vou registrar minhas impressões ao entrar no “lado mais Poe da literatura”.

Eu adquiri “Histórias Extraordinárias” numa Feira do Livro da região já prevendo um pouco do que iria ler. Eu já conhecia sua fama, alguns poemas, parte de sua história e pouquíssimos contos. Geralmente eu espero dificuldade em ler obras antigas pelo vocabulário erudito, mas com Poe foi tão fácil. As sentenças não eram tão rebuscadas a ponto de fazer com que eu me sentisse uma ignorante – porque isso acontece comigo, com vocês não? A formalidade pareceu ponderada, e isso é ótimo para mim. Eu não sei se o crédito é mesmo de Poe e seu estilo de escrita ou do tradutor que preferiu facilitar as coisas, mas de qualquer forma, eu gostei demais!

Tenho que comentar sobre meus preferidos: em “A carta roubada”, os devaneios do protagonista me deixaram de boca aberta! O que é aquilo? Todo o enredo é genial. A análise tão minuciosa a respeito de um crime “simples” em conjunto com a análise da mente humana… Acho que depois dessa não vou mais me limitar a agir de acordo com a minha linha de pensamento, com o meu método de análise das situações cotidianas. Parece que esse conto tem um fundo metafórico como em “A arte da guerra”. São conselhos para a vida.

“O poço e o pêndulo” foi outro conto que me prendeu do início ao fim. Um terror psicológico causa muito mais efeito em mim que aqueles com monstros e coisas de outro mundo – é muito surreal para parecer verdade. A nossa mente pode criar tantas coisas, coisas loucas como nos contos de terror de Poe. É bem mais próximo de ser real, então causa mais aflição. Em um conto como esse – no qual um condenado à morte relata a apreensão/ansiedade diante de seu destino – é bem previsível que o leitor venha a tomar as aflições do personagem como se fossem suas. Foi a possibilidade de entrar mais “profundamente” na história que me cativou tanto nesse conto e em alguns outros.

Sobre “O gato preto” e “Berenice” tenho as mesmas observações. As histórias seriam absurdas – como alguns contos de terror amadores por aí – se os crimes não tivessem sido justificados. Para mim, foi muito inteligente iniciar esses contos com uma descrição do caráter, personalidade e psicológico dos criminosos. Essas características justificaram o que viria a seguir. Não foi como se o personagem acordasse num dia aleatório inclinado a cometer loucuras. Houve toda uma sequencia de fatos que os levaram a isso. E foi tudo bem gradativo, das pequenas loucuras ás grandes tragédias.

A postagem ficaria gigante se eu comentasse sobre todos os contos do livro, então são só esses mesmo. E vou ficar por aqui. Eu indico Poe para você que não leu, porque esses contos fazem mesmo jus á boa fama que têm! Até logo.

poe